Falar de estresse todo mundo fala – mas pouca gente sabe o que, de fato, é esse mal.
Quando nossos ancestrais se deparavam com situações de perigo, como o encontro inesperado com um animal, precisavam defender-se – seja atacando ou fugindo. As duas reações possíveis demandam uma série de ajustes do corpo. O batimento cardíaco acelera porque tem que bombear mais sangue, os músculos precisam receber mais energia, há um aumento da respiração e da pressão arterial, entre outras coisas..
Atualmente, vivendo em cidades e enfrentando problemas bem diversos dos da selva – como pressões para atingir metas –, o corpo continua preparando-nos para lutar ou fugir quando nos sentimos ameaçados. Mas, em geral, não partimos para a briga física, nem saímos em disparada. E toda a adrenalina, por exemplo, liberada em nosso sangue, fica sem função.
Sinais
Ninguém adoece, devido ao estresse, de um dia para o outro. E o próprio corpo avisa que as coisas não vão bem, basta prestar atenção. Confira alguns sinais que podem indicar estresse:
- · sensação de desgaste constante
- · alteração de sono (dormir demais ou pouco)
- · tensão muscular
- · formigamento (na face ou nas mãos, por exemplo)
- · problemas de pele
- · hipertensão
- · mudança de apetite
- · alterações de humor
- · perda de interesse pelas coisas
- · problemas de atenção, concentração e memória
- · ansiedade
- · depressão
Causas
- · internos: da própria pessoa, ligados a características de personalidade, como perfeccionismo, pressa, querer fazer tudo ao mesmo tempo.
- · externos: do ambiente. Mudanças em geral, até mesmo as positivas, desencadeiam estresse – porque exigem uma adaptação. Assim, são grandes fatores estressantes externos, por exemplo: o nascimento de um filho, mudanças profissionais (troca de emprego, promoção, demissão), aposentadoria, mudança de casa, divórcio, doença ou morte de pessoas queridas. Mas há também os pequenos, como o trânsito, que pode acabar tendo um peso importante para muitas pessoas.
Veja o potencial estressante de algumas situações, sendo 100 o maior possível*.
- · morte do cônjuge - 100
- · divórcio - 73
- · prisão - 63
- · morte de um parente querido - 63
- · casamento - 50
- · demissão do trabalho - 47
- · aposentadoria - 45
- · reconciliação conjugal - 45
- · gravidez - 40
- · grandes conquistas pessoais - 28
- · problemas com o chefe - 23
- · férias - 13
*Fonte: The Social Readjustment Rating Scale, dos psiquiatras Thomas H. Holmes e Richard H. Rahe, ambos da Universidade de Washington, nos Estados Unidos.
Como evitar e tratar
É bom lembrar que estresse todo mundo tem, mas até certo ponto. No dia-a-dia, situações diversas apresentam-se para as pessoas, que se adaptam a elas. É preciso ter estresse para poder viver. O problema é quando ele se torna excessivo, quando supera a capacidade de adaptação da pessoa ou quando ele persiste por muito tempo.
Algumas atitudes simples podem evitar ou amenizar o estresse:
- · dormir bem
- · cuidar da saúde
- · alimentar-se de forma saudável
- · praticar atividades físicas
- · proporcionar-se momentos de prazer
- · refletir sobre a maneira de lidar com as situações e buscar mudanças
"Se com esses cuidados a própria pessoa não conseguir controlar os níveis de estresse, deve procurar ajuda profissional", aconselha a profissional.
Três procedimentos ajudam a tratar o estresse:
- · identificar os estressores
- · aumentar a resistência pessoal a ele
- · quando for possível, eliminá-lo
Quão estressante é um fator depende sempre do fator em si e da forma que a pessoa lida com ele.
Importante: em nenhum momento deve-se lançar mão da automedicação. Não existe medicação para tratar estresse. Alguns médicos prescrevem complexos vitamínicos. Se o estresse for crônico e evoluir para um estado depressivo ou ansioso, encaminhamos para avaliação de um psiquiatra.
Imagens: da internet.